Presente da Aly

Presente da Aly
Lindo! Lindo.

DICAS

Caro leitor ao visitar o blog, seja mais curioso, visite-o com mais curiosidade, nunca leia apenas o texto que encontrar primeiro, muitas vezes logo abaixo você encontrará textos mais interessantes, além disto existem informações sobre o (a) escritor(a) que lhe poderão serem informações valiosas.
Obrigada pela visita e deixe seu comentário.
Volte sempre.
Íris Pereira
PAI BIOLÓGICO- A verdadeira história.




Aos 11 anos quando passava férias no sítio do meu avô, ia sempre ao vilarejo por nome Ponta da Serra, lá minhas primas e eu costumávamos ir até o boteco atráz dos doces de leite mais gostosos do Ceará, hum! Eram realmente os melhores, lá eu sempre encontrava um senhor muito simpático que me oferecia os doces , ele mostrava um interesse muito grande por tudo que eu fazia, perguntava por meus estudos, como andavam as coisas me minha casa, se eu era bem tratada por meu padrasto,enfim perguntava de tudo, eu respondia como podia e rápido para logo sair e apreciar os doces. Ao voltar de férias para a cidade de Crato onde morava, minha mãe sempre perguntava se eu havia encontrado o tal homem, ela falava seu nome e eu dizia com certo receio que sim, aí vinha a briga, não queria eu de conversa com ele, que ele era um mentiroso e etc…Eu dava se ombros e saía sem maior interesse. No ano seguinte nas férias e já com 12 anos fui direto para Ponta da Serra pra casa de um tio, lá encontrei o senhor simpático e desta vez ele convidou-me para passar uns dias lá no sítio dele, fiquei apreensiva e com medo da reação de minha mãe, mas era tentador, afinal eu confiava gostava dele, não pelos doces, mas pela sua aténção sempre querendo me ouvir falar de mim, dos meus sonhos…
E como eu era sonhadora.E com permissão dos meus tios que pareciam cumplice de algo, fui toda acanhada, sem jeito e anciosa pelo que encontraria por lá. Na verdade foi a melhor viagem que fiz quando criança, A primeira coisa a conhecer foi a casa de pau a pique com seu jatobazeiro enorme fazendo uma sombra onde nos sentamos e lá ele contou-me de como eu era até meus 5 anos, correndo e brincando tudo por alí, falou-me de sua vontade de criar-me dando-me tudo do bom e melhor que ele poderia, falou com emoção da alegria que sentiu ao saber do meu nascimento e da tristeza quando minha mãe não permitiu que ele me visse e que só escondido podia com ajudo das madrinhas que me via.Eu ouvia tudo adivinhando e querendo que fosse verdade o que eu imaginava, por fim veio o esperado, ele era meu pai biológico. Nascí de uma traição, minha mãe uma bonita mulher de 27 anos casada desde os 14 com um homen 35 anos mais velho,entregue a bebida e sem interesse pela vida,indo de cidade em cidade acompanhando a turma em que ele trabalhava, tendo um filho a cada ano e os perdendo por maus tratos, doenças sem cuidados nenhum, vida não sonhada por aquela jovem que casara para sair da roça e ir morar na cidade, não vivera só numa cidade como em muitas e vilarejos, sítios,vagões de trem e por aí…deitou-se com esse homem que a cortejou e foi genti, apaixonou-se mas logo viu que não tinha nada haver com sua vida, seus filhos, seu marido velho e doente, mas ficou gravida de mim e registrou-me como filha do marido mesmo sabendo que sem chance dele ser meu pai. Todos no sítio sabiam do caso, mas figiam não saberem. O marido morre quando eu tinha 3 anos.Seis meses depois casa-se com o primeiro que aparece disposto a desfrutar de sua beleza e assumi seus 5 filhos dos 9 que tivera , preferiu assim dar-me um padrasto e tirou-me a chance de ser criada pelo meu pai biológico. Ainda bem que mesmo criada com tantas brigas, bebedeiras, abandono e falta de aténção meus irmãos e eu tivemos muita sorte na cidade que fomos morar, encontramos muitas pessoas bondosas, mas este é um fato que contarei em outra parte. Adorei saber que aquele senhor era meu verdadeiro pai.Desde aquele dia ficamos mais presentes na vida do outro, mesmo contrariando minha mãe, que fugia do assunto, mas as evidências eram tantas, eu sempre muito parecida com ele e com suas sobrinhas. Fui naturalmente aceita por todos, mas só encontrava-me com ele as escondidas e sem revelar em casa que sabia da verdade. Minha mãe morria de vergonha que alguém de suas novas vizinhas soubessem seu passado. Ao casar-me sofri tanto por não poder entrar na igreja com com ele que prometí não esconder mais a verdade e ao ter meus 2 filhos contei-lhes tudo.Hoje 47 anos depois vivo em outro estado, longe de meu pai que tem agora 90 anos e tem uma memória invejável, vive só com suas sobrinhas, nunca quiz casar, tem muitas estórias pra contar com riquezas de detalhes imprescionante. Falo com ele sempre e sou muito orgulhosa de ser sua filha e grata pelo meu padrasto que me criou e educou.Amei e cuidei de minha mãe que perto de sua morte afirmou a verdade: Você é mesmo filha dele…
Iris Reflete
Obs. Depois deste texto ser postado e publicado no Jornal da Ponta da Serra, foi reconhecido por algumas pessoas que conheciam a historia e eu então com autorização do Dalcir Siebra Brito, tornei público seu nome.
Íris Pereira

5 comentários:

Íris Pereira de Souza disse...

Uma pessoa falou que eu não deveria ter exposto minha mãe tão abertamente assim, falando de seu passado, não concordo, eu falei do MEU PASSADO, do qual tive que esconder sobre ameaças, no entanto era o que mais eu queria era mostrar pra todos o homem inteligente e que nunca me rejeitou, pelo contrario e por isto vivi fazendo coisas escondidas quando o que queria era pertencer de fato a familia Correia Lima ou a família Siebra Brito, mas não ser uma mentira como foi minha vida. Enfim quero dizer que não expus o erros da minha mãe,nunca a julguei, simplesmente contei minha verdade.
Íris Pereira

Paulo Laurindo disse...

Iris, o que mais admiro em ti (penso que já o disse) é esta tua maneira distanciada de nos contar de você. E este distanciamento é justamente a pedra de toque de um verdadeiro escritor. Porque todos nós falamos de uma só coisa: nós mesmos. Mas o distanciamento é que nos permite, com o olhar devidamente serenado, compreender de fato aquilo que somos: humanos, simples e somente humanos. Um abraço fraterno.

Íris Pereira de Souza disse...

Quem Precisa de um professor? quem precisa estudar , estudar, tendo como amigo que ler com compreensão verdadeira o que eu conto...só tenho que me aprofundar mais e mais nas leituras. Você me transmite segurança.
Obrigada, volte sempre e traga o canto da cotovia...
Iris Reflete

wilson bernardo disse...

emocionante,fiquei tocado pela historia e tantos anos de aconchegos na calada da cotovia,o erro é de quem acha que vc expos sua mãe,pensar nos quefazer para não desagradar terceiros é não viver seu propio interior,vai enfrente guereira...

Állyssen disse...

Que história sofrida, bonita, cheia de mensagens boas...
A sua história, Íris...
Me fez chorar... me tocou... me deixou de coração sangrando... de ver o nosso sofrimento diário, mas ao mesmo tempo... ver que, mesmo com todo sofrimento, a gente dá a volta por cima...

Sabe, Íris... vc está certa de não julgar ninguém, pois eu aprendi uma coisa:

O que uma pessoa faz é o que ela consegue fazer para sobreviver, não só fisicamente, mas emocionalmente também... por mais certo ou errado que pareça, é a maneira que ela conseguiu para proteger alguém ou se proteger...

Vc é uma mulher brasileira, guerreira e soube tirar lições para a sua vida...
Saio daqui hoje te admirando ainda mais...

Um grande beijo,

Álly.

Sobre a Autora

Minha foto
Ribeirão Preto, SP, Brazil
3 partes de uma mulher: Maria da qual escrevo seu passado, seus sentimentos e suas verdades. Irismar já sem a Maria, companheira, amante, irmã, mãe, avó, sogra e amiga. Finalmente Iris a parte que reflete sobre as duas e tenta escrever o que descobre entender destas duas mulheres que são tão diferentes.

Seguidores