Presente da Aly

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Íris Pereira

Solidão e estilo de vida, exemplo de dignidade.VI


0i/08/2011

"VOCÊ NÃO PODE PLANEJAR O FUTURO PENSANDO NO PASSADO"
De volta pra casa, do aeroporto de Confins do Judas, pego o ônibus e vou para Santa Maria do Carmo direto pra barraca, afinal é sexta feira e a Aline está só na barraca, seu segundo dia com toda responsabilidade com meu comercio, confiei por ser ela uma moça de bom comportamento, simpática e já acostumada com vendas e com movimento de caixa, além do mais eu precisava mesmo tirar este peso de minha cabeça. Já estava me sentindo garantida para passar a casa que construímos juntos para ele que assumiu todos e continuou morando lá cuidando de tudo. Os demais bens ele sempre comprara em seu nome. Eu estava tranquila agora. Estava me sentindo cada vez mais livre e mais dona de mim.
Aline ficou aliviada com minha volta e mostrou-se contente quando mostrei-lhe as compras feitas lá em Ribeirão Preto, mais ainda ao entregar-lhe uma lembrança que trouxe para ela.
No final do expediente, ao fecharmos o caixa e a barraca, perguntei-lhe se gostaria de continuar trabalhando para mim, foi com precisão sua resposta que sim, ficaria muito feliz em trabalhar pra mim, mas falei-lhe um pouco do meu sistema de trabalho, do meu modo de ser, das minhas exigências e ela não mostrou surpresa, disse com segurança: Eu já sei como a senhora é, alias todos aqui conhecem seu estilo e a admiram muito, não se preocupe, nos daremos bem. Também sou uma pessoa discreta.
Ainda ficamos lá um tempo arrumando e colocando preço nas novas mercadorias, depois a convidei para jantarmos no restaurante enfrente à praça. Ela falou-me de algumas coisas do cotidiano e depois cada uma seguiu seu rumo.
Em casa ao abrir a porta senti uma enorme alegria saindo do meu peito, eu estava realmente contente com a ação que fizera. Pensei qual seria a reação deles todos ao receberem a escritura que eu mesma fiz questão de colocar no correio. O que eles diriam entre si sobre minha estadia lá e não os procurar, ou não se surpreenderiam, pois durante todo o tempo em que eu ficara com eles e aguentava suas pilherias, provocações, desafios, até menosprezo, eu sempre dizia que ao ir embora, um dia, nunca mais voltaria nem notícias eles teriam de mim, isto só provocava mais zombaria. Quanto a ele o homem que eu amava tanto e que ao longo dos dias de dezenove anos de convivência, foi se tornando desafiadora uma permanência, já não havia mais respeito nas palavras , nas brigas sempre por pequenas coisas, nunca por motivo extremo, sempre por discordância, de estilo, aquilo não era viver, era passar pela vida de outra pessoa, era seguir os passos do outro sem escolha. Amor, fora realmente o um amor verdadeiro, mas nem mesmo isto, impediu-me de querer a solidão, a liberdade, a soltura para pensar, agir e ser como realmente sou. Pensei pela primeira vez nos muitos planos que fizemos juntos, mas que sempre só prevalecia o dele, era como se eu não soubesse nada. Suspirei aliviada tirando os sapatos, tirando o vestido e andando pela casa totalmente nua, como era bom ser só e livre, como era bom poder escolher como deitar, do qual lado deitar, ler ao deitar, ficar ao computador até a hora que eu quisesse. Cantar, tocar meu violão, sair a hora que bem entendesse. Como era bom tudo isto.
Como Isadora do Carmo poderia saber tudo e ver como estavam, isto me dava tranquilidade, afinal sou uma mãe amorosa, não é o fato de ter vindo embora de lá que me taxa de uma má mãe, pelo contrário, retirei meu time perdedor da área e deixei o vencedor comemorando ainda em campo. Só precisava agora ver se meus principais amigos já me aceitaram como amiga...Receosa fui direto ao face book, agora com alguma mudanças, mais moderno, entrei em minha pagina e com grande euforia vi lá meu rei e meu cartunista predileto, o que mais eu haveria de querer? Eu sei o que quero mas isto direi em outra ocasião. Motivos não existem mais para caminhar numa solitária vida a dois, caminharei realmente só, somente só.
Iris Pereira

Um comentário:

Paulo Laurindo disse...

Você não está só, nunca esteve só. É que ainda não tinha prestado atenção em si mesma.

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3 partes de uma mulher: Maria da qual escrevo seu passado, seus sentimentos e suas verdades. Irismar já sem a Maria, companheira, amante, irmã, mãe, avó, sogra e amiga. Finalmente Iris a parte que reflete sobre as duas e tenta escrever o que descobre entender destas duas mulheres que são tão diferentes.

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