Presente da Aly

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Íris Pereira

A Pedra dos Dedos De Deus

  •                            No mês de julho, falei ao Antonio meu irmão e amigo da Ponta da Serra que eu tinha uma lembrança muito forte de uma pedra que ficava por traz da casa do tio Luiz Correia, sendo do lado esquerdo da estrada de quem vinha do Crato em direção à  Ponta da Serra, ficando enfrente a casa do pai Correia e da mãe Fina, onde eu ficava maior parte do meus tempo de criança. 
                           A rotina em casa deles dos meus avós, era um tanto dura, acordávamos muito cedo e depois de tomarmos café cada uma tinha uma tarefa a cumprir, mesmo eu que era visita, não fazia diferença, mas eu adorava isto, pois era um ponto de referencia de aceitação, sei que todos gostavam de mim de um modo especial, não sei explicar o motivo, mas eu era muito boa e parecia um anjo, verdade! Todos diziam isto. Pelo menos até os meus treze anos fui considerada assim. Mas voltando as tarefas, geralmente minha tia Vicência me protegia muito e me dava tarefas mais leves, como dar comida aos porcos, varrer ao redor da casa, levar o cavlo pra amarrar no pasto, isto eu adorava fazer, pois sempre fugia e ia até a malhada ver o Dalcir, e ao voltar banhava o corrisco e o deixava no pasto.
Tinha também uma tarefa que eu adorava e sempre ganhava das meninas, era ir com tia Vicência pra cacimba lavar a roupa de toda familia, era adorável! Eu amava fazer isto, lá tinha um tanque grande e ao redor muitas plantas rasteiras de nome ortelã e agrião do mato, lá colocávamos as roupas pra quarar, ficar brancas, desencardidas, e minha função era molhar estas roupas pra não secarem, era muito legal, puxava a água em um balde da cacimba e ia enchendo o tanque que não podia ficar vazio. Lá pras 10 horas a Fátima e Francisquinha vinham trazer o almoço pra nós, era muito bom, lembro que era arroz, feijão mexido com cuscuz e torresmo e como sobremesa vinha pedaços de batida ( uma espécie de rapadura mole), ai as meninas podiam ficarem conosco, então fazíamos a farra, tomávamos banho no taque, nos molhávamos umas as outras e as vezes dava briga e tia Vicencia puxava nossas orelhas e mandava elas embora, ficava o recolher das roupas só pra mim, mas era muito.
                     A noite depois do jantar íamos rezar o terço, depois sentávamos na varanda, todos os netos, um tanto que nem lembro o nome de todos, mas lembro que eram os filhos do tio Jorge, Luis, Onofre, Areno e alguns da vizinhança  e contávamos historia de assombração. Ui! Depois pra dormir era uma confusão e novos broncas.
                      Lá atrás da casa do tio Luis tinha plantação de algodão e meu pai Correia pagava pra nós fazermos a colheita. Está plantação ficava no mesmo rumo da pedra dos dedos de Deus e os mais velhos proibiam os mais novos irem lá porque diziam ter muitas cobras e por ser perigoso demais. E Eu por natureza era a mais obediente de todas, porém um dia fiquei muito chateada com minha prima Marlucia que sabia o segredo da minha mãe de ter traido o marido dela o meu pai adotivo e com raiva de mim falou que eu era filha de uma rapariga, na época isto era uma coisa de deixar qualquer um traumatizado, então com muito desgosto larguei o bornal de algodão e fui escondido lá pra pedra, nem tive medo, chegando lá perdi toda noção do horário, chorei por horas, falei com Deus tudo que eu sentia em meu coração de menina, lembro que até perguntei pra ele se eu estava sendo castigada por ter sido estuprada ao oito anos e se tudo que acontecia de ruim era por isto e pedi-lhe que me tirasse do mundo ou então me desse uma resposta não como aquela que papai noel me deu não levando meu presente no natal de 1959, pois o rapaz falou-me que se eu contasse papai noel não traria minha boneca e ele não trouxe, entendi que o erro foi meu, enfim falei bravo com Deus, nem tive medo. Filá tão pequena diante daquela pedra enorme e misteriosa. Sentei-me e adormeci, acordei com um alvoroço de vozes, nem entendia o que diziam. Fui puxada pelo braço e examinada por todos se estava tudo bem. Naquele dia tive em vez de castigo muito carinho e atenção.
                      A pedra pode até não ter os dedos de Deus, mas que Ele me ouviu eu tenho certeza, pois desde este dia que tudo em minha vida mudou, mão exatamente para uma vida maravilhosa, mas para maior afeto, carinho, compreensão e eu passei a sorrir mais e chorar menos por bobagens.
                      Quero agradecer ao Antonio Correia Lima esta atenção em mandar-me a foto da pedra que mostrou-me que Deus nos responde sim, só temos que perguntarmos e esperarmos a resposta.
                      Existem lá naquela região outras pedras lindas e conhecidas, espero que um dia projetem para se tornarem um lugar turístico.
                       Iris Reflete
                      

                           
  

8 comentários:

wilson bernardo disse...

fiz umas foto da pedra depois te mando

Íris Pereira de Souza disse...

Neste texto menciono um fato que não gosto de lembrar, porem tive que citar pois foi por ele que passei a não acreditar em papai noel e me senti traída por Deus por muito tempo até a descoberta de que Dalcir era meu pai. Foi o que pedi lá na prdra, pra Deus mostrar meu verdadeiro pai...

Antonio Correia Lima disse...

Olá Irismar, embora você não acredite, mas ando muito atarefado, e não tenho dado de conta do que desejo realizar. Estou com muitas imagens para realizar um documentário sobre o a Serra do Juá, como também sobre o sítio de mesmo nome. Existe mais duas pedras interessantes: Pedra do Urubu e Pedra da Espia, que pretendo fotografar, mas não tive ainda oportunidade.
Gostei o texto e postarei no nosso blog
Um forte abraço

Antonio Correia Lima disse...

Sim, quero também fotografar o olho d!agua que fica após a Pedra cima, como também a Pedra de Yoyô, que você deve ter ouvido falar, com certeza.
Toda a população de Ponta da Serra é abastecida com água da cacimba de Zé Correia, e ela tem uma história que houvi muito meu avô falar.

Íris Pereira de Souza disse...

Wilson Bernardo, fiquei muito feliz por ter me visitado, é realmente algo muito raro tua presença.
Eu estava no mesmo momento em que tu estavas a comentar fazendo também meu comentario. Muita extranho, principalmente por nunca termos contato.
Obrigada sinto-me honrada com você por perto. Um Abraço
Íris Pereira

Íris Pereira de Souza disse...

Meu querido irmão e amigo Antonio tudo que que diz respeito aos meus textos devo os a ti na maior parte, fostes o primeiro a incentivar-me a escrever ao apoiar e divulgar meu primeiro texto " Pai Biológico"
Devo-lhe tanto que nem com todo carinho e amor que sinto por ti haverei de pagar-te.
Obrigado meu querido
Íris Pereira

Paulo Laurindo disse...

Tua crônica é uma inspiração. Mesmo tendo motivos para seres alguém rancoroso com relação ao passado, nos brinda com uma ternura desencanada através do teu relato.
Um abraço afetuoso.

iris pereira disse...

Meu amor de amigo, depois de tudo que passei de ruim na vida, vieram tempos bons, depois que vim aqui pra SP perdi todos meus irmãos, mãe, padrasto e tenho apenas meia irmã e meus filhos e neta que são uma a recompensa por todos os natais que não tive presentes. Deus ainda me recompensa com um tantão de amigos que compreendem minha alma. Quer mais motivo para que eu seja alegre e feliz?
Amo você com todo coração.
Obrigado por obrdecer a Deus e passar por aqui.
Um beijo
Íris Pereira

Sobre a Autora

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Ribeirão Preto, SP, Brazil
3 partes de uma mulher: Maria da qual escrevo seu passado, seus sentimentos e suas verdades. Irismar já sem a Maria, companheira, amante, irmã, mãe, avó, sogra e amiga. Finalmente Iris a parte que reflete sobre as duas e tenta escrever o que descobre entender destas duas mulheres que são tão diferentes.

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